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Sistemas e soluções de impermeabilização nas edificações: a escolha certa

Mas a verdade é que não existe resposta única. “É a extensão dos problemas e o prognóstico da evolução do quadro, com prescrição adequada, que irá apontar soluções ou mesmo a substituição do sistema impermeabilizante no condomínio”, observa a engenheira civil Rejane Saute Berezovsky, especialista na área e ex-diretora do Ibape (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo).

Segundo Rejane, a primeira conscientização que os condôminos devem ter é a de que uma solução nunca é permanente. E que ao utilizar consertos que mais parecem remendos localizados, os condôminos apenas irão protelar o problema e torná-lo depois de solução mais custosa e difícil. De outro modo, o mercado oferece cada vez mais opções aos condomínios, da tradicional manta asfáltica aos modernos sistemas de vedação por injeção de gel vinílico.

“Hoje este mercado também busca por soluções mais leves e de maior durabilidade”, afirma a engenheira Rejane. Confira, nas páginas 14 e 15, as soluções mais utilizadas em cada um dos sistemas construtivos de uma edificação (Superfícies térreas, coberturas, subsolos, jardineiras etc.), além de cuidados básicos que devem ser adotados na impermeabilização das superfícies.

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A impermeabilização é tratada por duas principais normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), entre as que regem a construção civil. São elas as NBR 9.574 (a primeira versão é de 1985) e 9.575/2003, que definem conceitos e um grande escopo de informações para embasar o desenvolvimento de um bom projeto. Quem quiser se aprofundar um pouco mais sobre a terminologia dos conceitos utilizados nas obras de impermeabilização, deve consultar ainda a NBR 8.083/1983.

As normas “são extremamente relacionadas e didáticas. A primeira trata da seleção e processo e qualidade, e a segunda aborda os riscos da obra e contempla os sistemas específicos”, afirma Wilson Neves, gestor do IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização). No que tange à responsabilidade do síndico, uma vez entregue a obra, cabe a ele acompanhar e administrar os problemas que forem surgindo. “Ele deverá contar com o suporte da administradora”, reflete o especialista. Mas é sempre importante lembrar que uma obra de impermeabilização, pelos custos que representa, deve ser aprovada antes em assembleia geral de condôminos.

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MANUTENÇÃO DOS SISTEMAS

A síndica Vera Regina de Sá, do Condomínio Edifício Celini, localizado no bairro do Campo Belo, zona Sul de São Paulo, acredita que hoje os síndicos estão bem mais inteirados dos problemas decorrentes da falta de manutenção no sistema de impermeabilização. “Afinal, os sinais e mesmo a velocidade do problema são aspectos que podem ser notados até mesmo por leigos. Contudo, não acredito que tenham a real dimensão da importância da manutenção desse sistema, e sempre existirá a necessidade de acompanhamento técnico confiável”, observa.

Outro conselho é não prolongar a decisão da manutenção, avisa a síndica. “São comuns os casos em que a manutenção somente ocorre anos após o fim da vida útil do sistema de impermeabilização, principalmente em virtude dos custos que representam”, afirma. Tanto a contratação do serviço de impermeabilização, quanto a do profissional que dará as diretrizes técnicas justamente para a escolha da empresa e do sistema, devem ser discutidos em assembleia, até para que o condômino entenda a relevância dessas despesas. “Vale destacar a importância de se fazer constar na proposta as especificações técnicas dos serviços, além de no mínimo três orçamentos diversos”, adverte Vera.

Vera Regina comenta que a escolha do sistema a ser contratado permanece como uma das principais dúvidas dos síndicos, tendo em vista a gama de possibilidades existentes no mercado e necessidade de avaliar a empresa mais indicada tecnicamente. “Por isso que essa tomada de decisão deve ter o acompanhamento de um profissional habitado, isento de interesse na escolha da empresa a ser contratada”, finaliza.

CUIDADOS PARA A IMPERMEABILIZAÇÃO DAS SUPERFÍCIES

Todos os processos de impermeabilização exigem o preparo da superfície, ou seja:

  • Limpeza da mesma, tornando-a isenta de pó, areia, resíduos de óleo, graxa, desmoldante etc.;
  • Execução de caimento em direção aos pontos de escoamento de água, obra que deve ser preparada como uso de argamassa de cimento e areia média, traço 1:4, e acabamento desempenado;
  • O entorno dos ralos deverá ter bordas chanfradas (cortadas em semicírculos) para que haja nivelamento de toda a impermeabilização;
  • Os ralos e demais peças emergentes deverão estar adequadamente fixados, de forma a permitir os arremates;
  • Regularização da área com argamassa de cimento e areia;
  • Aplicação de primer, asfalto diluído para aderência ao substrato.

Fonte: Rejane S. Berezovsky, engenheira civil e ex-Diretora do Ibape (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo)

Reportagem: Marcos Fernando Queiroz | Edição: Rosali Figueiredo

Matéria publicada na Edição 177 – mar/2013 da Revista Direcional Condomínios

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